Greve geral

Derrubar o Governo<br> construir a alternativa

Armindo Miranda (Membro da Comissão Política)

«A todos os trabalhadores roubados nos seus salários e direitos, ao povo português amarrado a um futuro de empobrecimento, às forças e organizações sociais que resistem em defesa dos que representam, às camadas não monopolistas condenadas por esta política à ruína, aos jovens cujo única perspectiva de futuro é deixar o seu País, a todos os patriotas que não aceitam ver o País transformado num protectorado, a todos os democratas que têm nos valores de Abril e no regime democrático a referência indispensável para a construção de um outro rumo, o PCP apela: Façam ouvir a vossa voz, ergam o vosso protesto contra a exploração, o empobrecimento, as injustiças e o declínio nacional, multipliquem a luta em defesa da demissão do Governo, pela convocação de eleições, pela rejeição do pacto de agressão e a derrota da política de direita, por uma política alternativa patriótica e de esquerda vinculada aos valores de Abril.»

A construção da greve geral é tarefa principal de todo o Partido

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Este foi o apelo feito pelo Comité Central do Partido, na sua última reunião, de 5 de Maio de 2013. E de facto, como vinha já acontecendo, a luta de massas tem vindo a crescer e, somando as pequenas e grandes lutas dos trabalhadores e da população em geral, podemos afirmar que a frente social da luta que há-de derrotar este Governo e esta política e construir a alternativa está em crescimento e em construção.

A grandiosa concentração nacional do dia 25 de Maio em Belém, as centenas de acções de protesto e de esclarecimento realizadas no dia 30, convocadas pela CGTP-IN, e várias acções de rua realizadas pelo Partido são disso bom exemplo. Dando seguimento a esta importante e poderosa acção de massas em desenvolvimento, o Conselho Nacional da CGTP-IN convocou para o dia 27 de Junho uma greve geral que, entre outros, tem como objectivo derrotar este Governo e esta política. Trata-se de uma forma superior e por isso de um momento alto da luta dos trabalhadores e do povo português e a concretizar, pelos dirigentes, delegados e activistas do movimento sindical unitário.

Mas tendo em conta os seus objectivos, é também e desde já a principal tarefa de todas as organizações, organismos e cada militante do partido. As tarefas e necessidades que a actual situação política está a colocar ao colectivo partidário são muitas e diversificadas: nomeadamente as comemorações do centenário do nascimento do camarada Álvaro Cunhal, que se estão a traduzir num importante meio de alargamento do prestígio do Partido; a preparação das eleições autárquicas, com a organização das listas, divulgação dos candidatos e a concretização de uma grande campanha de massas junto dos trabalhadores e do povo; a continuação da divulgação das propostas do Partido que dão substrato à política patriótica e de esquerda; o alargamento do trabalho político unitário, potenciando o crescente prestígio do Partido, em aproximação e adesão às suas propostas e projecto.

A tarefa principal

Mas não há volta a dar. Estando marcada uma greve geral dos trabalhadores portugueses que tem como objectivo principal o derrube do Governo que tanto mal tem feito ao nosso povo, não pode haver dúvidas nem hesitações. A construção do êxito da greve geral de 27 de Junho é tarefa principal de todo o Partido.

E coloca por isso, e desde já, a todas as organizações a necessidade de virar para aí o essencial das suas energias, definindo prioridades, elaborando planos de trabalho, destacando meios, decidindo as formas de chegar aos trabalhadores com a voz do Partido, apontando a necessidade da sua adesão à greve geral não apenas para defender os seus direitos no imediato – que pressupõe a derrota da troika e deste Governo – mas também como uma contribuição muito importante para a concretização do governo patriótico e de esquerda que, rompendo com a política de direita ao serviço dos banqueiros e dos grandes grupos económicos que nos governa há mais de 30 anos, implemente uma nova política ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País.

As tarefas são muitas. As dificuldades são enormes. E a luta é profundamente desigual. Mas a força indomável que resulta da justeza e da nobreza da causa por que lutamos – levar a felicidade a casa dos portugueses – quando organizada por este grande colectivo que dá pelo nome de Partido Comunista Português, já provou a sua fantástica capacidade transformadora no plano social e político. É daí que nos vem a tal confiança!



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